domingo, 11 de dezembro de 2016

Comentário de João 8:1-11 - Jesus e a mulher adúltera






João 8:1-11

1 - JESUS, porém, foi para o Monte das Oliveiras.
2 - E pela manhã cedo tornou para o templo, e todo o povo vinha ter com ele, e, assentando-se, os ensinava.
3 - E os escribas e fariseus trouxeram-lhe uma mulher apanhada em adultério;
4 - E, pondo-a no meio, disseram-lhe: Mestre, esta mulher foi apanhada, no próprio ato, adulterando.
5 - E na lei nos mandou Moisés que as tais sejam apedrejadas. Tu, pois, que dizes?
6 - Isto diziam eles, tentando-o, para que tivessem de que o acusar. Mas Jesus, inclinando-se, escrevia com o dedo na terra.
7 - E, como insistissem, perguntando-lhe, endireitou-se, e disse-lhes: Aquele que de entre vós está sem pecado seja o primeiro que atire pedra contra ela.
8 - E, tornando a inclinar-se, escrevia na terra.
9 - Quando ouviram isto, redargüidos da consciência, saíram um a um, a começar pelos mais velhos até aos últimos; ficou só Jesus e a mulher que estava no meio.
10 - E, endireitando-se Jesus, e não vendo ninguém mais do que a mulher, disse-lhe: Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou?
11 - E ela disse: Ninguém, Senhor. E disse-lhe Jesus: Nem eu também te condeno; vai-te, e não peques mais.

O texto lido é muito conhecido. O episódio narrado nos mostra uma mulher flagrada em ato de adultério e levada à presença de Jesus, para ser julgada. O objetivo daqueles homens que a apanharam e levaram-na ao mestre, nada tinha a ver com fazer justiça ou demonstrar zelo pela lei de Deus, mas, sim em constranger Jesus e fazer com que ele possivelmente caísse em contradição em seus ensinos (“para que tivessem de que o acusar” – v6). Muito provavelmente, aqueles homens pensaram que se Jesus concordasse com eles no fato de que aquela mulher merecia punição e o consequente apedrejamento, seu ensino sobre amor e misericórdia cairia por terra, por outro lado, se Jesus defendesse-a opondo-se ao apedrejamento estaria se rebelando contra a lei de Moisés, lei da qual, segundo ele mesmo afirmara não ter caído um só “til ou j” (Mt 5:18), portanto, entraria ele em grande contradição.

É interessante que a princípio, nos parece que Jesus optaria pela neutralidade e pelo silêncio, visto que ele não demonstrou muito interesse na situação (“Mas Jesus, inclinando-se, escrevia com o dedo na terra.”). Na verdade, Jesus sabia das intenções malignas e cheias de hipocrisia daqueles homens e por isso não os respondeu de imediato, sendo que diante da insistência deles, Jesus deu-lhes uma resposta inesperada e que atingiu-lhes em cheio como um potente soco no estomago.
“E, como insistissem, perguntando-lhe, endireitou-se, e disse-lhes: Aquele que de entre vós está sem pecado seja o primeiro que atire pedra contra ela. E, tornando a inclinar-se, escrevia na terra. Quando ouviram isto, redargüidos da consciência, saíram um a um, a começar pelos mais velhos até aos últimos; ficou só Jesus e a mulher que estava no meio.”(vs. 7-9)

É importante destacar que Jesus não colocou panos quentes sobre o pecado daquela mulher. Ele não a defendeu simplesmente, ele não fechou seus olhos para o pecado dela, como até hoje não fecha os olhos para o pecado de ninguém. O pecado é abominável para Deus, e isso se vê na cruz, quando Cristo fez a expiação pelos eleitos e se verá no julgamento final, quando os réprobos forem lançamentos no inferno para o tormento eterno. Todo pecado é punido, seja pela cruz, em Cristo ou pelo fogo no inferno. O que Jesus fez na verdade, foi dar àqueles homens a oportunidade de olharem para seus próprios pecados, antes de olhar o pecado de outra pessoa e a orientação de Jesus foi tão penetrante naquelas mentes que um a um, “a começar pelos mais velhos” foi saindo daquele lugar sem dizer um ai sequer. Da mesma forma, quando somos confrontados na consciência pelas palavras de Jesus, não deve haver outra reação senão a de rendição, humilhação e vergonha até que saímos desarmados e cientes das nossas piores mazelas e carências que só pela graça e por Cristo, conseguimos vencer.


Quando todos os hipócritas e falsos moralistas saíram de cena, restaram apenas Jesus e a mulher, que agora salva da antes iminente condenação pode ouvir do mestre uma sentença de perdão, mas, também uma severa advertência:

“E, endireitando-se Jesus, e não vendo ninguém mais do que a mulher, disse-lhe: Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou? E ela disse: Ninguém, Senhor. E disse-lhe Jesus: Nem eu também te condeno; vai-te, e não peques mais.” (vs.10-11)

Este texto nos apresenta algumas importantes e desafiadoras lições:

1 – Alguns pecados parecem chocar mais que outros, um escândalo sexual parece mais grave que uma mentirinha, ou uma inveja. Uma embriaguez parece ser mais pecaminosa que uma maledicência entre amigos. Mas, embora alguns pecados tenham diferentes manifestações e consequências, fato é que todo pecado é a transgressão da lei de Deus e merece justa punição.

2 – Diante de Deus não há espaços para autojustificação. O pecado do meu próximo não é mais grave que o meu, caso eu não me arrepender e recorrer à graça de Cristo incorrei em perigo tal qual o mais vil pecador.

3 – Jesus não dá importância a orações hipócritas.

4 – A graça e o perdão divino, não anulam a necessidade de vigilância para se evitar novos pecados. A graça absolve, mas diz: “vá e não peques mais!”.

Que fujamos da hipocrisia, do falso moralismo e que diante da graça recebida tenhamos a disposição e vigilância para andar desejando não pecar mais.
Que Deus nos abençoe!



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