terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Requisitos indispensáveis para ser pastor.

O apóstolo Paulo, escrevendo dentre outras coisas, instruiu seu filho na fé Tito, quanto à necessidade de estabelecer lideranças sérias na região de Creta, a maior ilha da Grécia, situada ao sul do Mar Egeu, que pela sua georgrafia, era uma localidade estratégica para a propagação do evangelho. Paulo usa o termo “pôr em boa ordem as coisas que ainda restam e estabelecer presbíteros”, em outras palavras, Tito deveria colocar ordem na casa. Uma tarefa nada fácil para Tito que certamente lhe traria algum desgaste. Os presbíteros que Tito iria estabelecer precisavam atender a alguns requisitos importantes:
“Aquele que for irrepreensível, marido de uma mulher, que tenha filhos fiéis, que não possam ser acusados de dissolução nem são desobedientes. Porque convém que o bispo seja irrepreensível, como despenseiro da casa de Deus, não soberbo, nem iracundo, nem dado ao vinho, nem espancador, nem cobiçoso de torpe ganância; Mas dado à hospitalidade, amigo do bem, moderado, justo, santo, temperante; Retendo firme a fiel palavra, que é conforme a doutrina, para que seja poderoso, tanto para admoestar com a sã doutrina, como para convencer os contradizentes.” Tito 1:6-9.
Conforme lemos acima, para ser pastor, ou presbítero é necessário ser irrepreensível, isto é, ser de honra ilibada, alguém cuja vida seja transparente e reta, sem que exista um ai de dúvida sobre o seu caráter, alguém sem motivo algum para ser repreendido. Infelizmente, porém, o que mais tem se visto ultimamente são líderes de fama e caráter duvidosos, homens envolvidos em suspeitas de adultérios, ou desvio de recursos, com fama de mexeriqueiros, maldizentes, causadores de intrigas e maus mestres, e outras coisas incompatíveis com o ministério episcopal.
Paulo também orienta Tito, a escolher pastores, que tivessem uma vida familiar exemplar, que fosse marido de uma só mulher, atualmente, porém, para tristeza nossa é comum ver pastores que se divorciaram e recasaram, caíram em adultério, mas vivem em suas igrejas como se esta recomendação bíblica não existisse. Por outro lado, também existem muitos pastores fiés as esposas, mas que são péssimos pais, como Eli, cujos filhos viveram para envergonhá-lo com suas desobediências e dissoluções. Esses tais não têm condições de dirigir uma igreja, já que não podem dirigir suas casas.
A orientação de Paulo, é que os pastores escolhidos fossem e sejam, homens piedosos, santos, verdadeiramente irrepreensíveis como despenseiro da casa de Deus, isto é, que sejam exemplos de servos, humildes, mansos, sóbrios, pacíficos, sem coração cobiçoso e livre da avareza, mas infelizmente não é incomum ouvir falar de pastores e líderes que são exatamente o oposto disso. Homens irreverentes, de linguagem chula, cheios de si, que medem o crescimento da igreja com números e cifrões, homens cheios de violência e truculência no trato com as ovelhas e por aí vai.
O último requisito e certamente mais importante, é a forma como o pastor manuseia a Palavra de Deus. Paulo exorta que ele deve retê-la com firmeza, isto é, sem cair na tentação de suavisar seu conteúdo para ser mais popular, ou disposto a ignorar doutrinas antigas, porém fundamentais, com o discurso falso de contextualizar o evangelho e torná-lo mais atraente. Este requisito, porém, assim como os demais, também tem sido muito depreciado por muitos “pastores” de nossos dias que em busca de “crescimento” trocam a poderosa mensagem das Escrituras pelas mensagens de “autoajuda”, do tipo: “Sete passos para uma vida feliz, como ficar em paz consigo mesmo, como ter sucesso na área tal”. Ou então, trocam os vigorosos sermões expositivos por ensinos rasos e superficiais, que falam sempre sobre falso moralismo, sobre tradicionalismo e costumes denominacionais, sem falar nas mensagens tópicas que se baseiam em versículos isolados do contexto usados indiscriminadamente para disseminar opiniões pessoais, na maioria das vezes heresias sutis, porém, destruidoras que tem causado sérios prejuízos à igreja Cristã.
Dito isto, vemos que a tarefa de Tito não era somente escolher bons pastores, mas também, silenciar os maus, não lhos dando espaço nas igrejas, não deixando que suas falas destruidoras ficassem ecoando pelas igrejas, pois, Paulo entendia que os maus pastores causam mais dano ao Evangelho do que aqueles que abertamente se posicionam como adversários da igreja, “aos quais convém tapar a boca; homens que transtornam casas inteiras ensinando o que não convém, por torpe ganância.” Tito 1:11.
A melhor maneira de tapar a pouca desses tais é anunciando a verdade, pregando e principalmente vivendo o verdadeiro evangelho, isso pode até causar mal estar na igreja, mas é um mal necessário.
“E até importa que haja entre vós heresias, para que os que são sinceros se manifestem entre vós.” 1 Coríntios 11:19.

sábado, 22 de fevereiro de 2014

Carona solidária...



Quem anda atualmente pelas ruas do Centro do Rio de Janeiro já deve ter reparado nas placas luminosas colocadas pela Prefeitura que incentivam a população a evitar andar de carro pela cidade, que está caótica em função das obras do Porto Maravilha. Uma das mensagens incentiva à corona solidária, ou seja, quem tem carro deve oferecer caronas para amigos, parentes e vizinhos, com isto, (pelo menos na teoria) haverá menos carros nas ruas, e menos gente no complicadíssimo transporte público, é um apelo válido, mas que certamente não vai resolver o gigantesco caos no sistema viário da cidade.

Mas o objetivo não é dissertar sobre o transporte da cidade do Rio, é que o termo “carona” veio à mente em função de uma indireta vista na Internet, onde certo indivíduo (se intencional ou não, Deus o sabe) foi provocativo usando jocosa e pejorativamente, o termo “pegar carona com os homens do passado, para exortar os outros” (mais ou menos isso). Os homens do passado, em questão seriam Lutero, Calvino, Owen, Spurgeon, etc., pessoas que os verdadeiros protestantes admiram pelo importante legado que deixaram cujas obras são fontes preciosas para aumentar o leque de conhecimento e para preparar servos para trabalharem no Reino.

Vez por outra cito algumas frases desses “homens do passado” para em primeiro lugar, compartilhar um valioso conhecimento que tem sido deixado de lado em detrimento a uma série de baboseiras e heresias do mercado gospel, que tem sido oferecido como genuíno evangelho, quando muitas vezes não passa de “doutrinetas” e crendices sincréticas que desonram e servem de escárnio dos crentes.

Penso que se alguns líderes, que em sua miopia imaginam-se mais evoluídos e preparados para representar o Evangelho, pegassem “carona com os homens do passado”, o evangelicalismo brasileiro não estaria nesse estado deplorável em que se encontra. Como seria bom se a maior parte dos ministros atuais pegasse carona nos ensinos de Agostinho, Calvino e de Lutero, talvez a visão sobre a Graça de Deus não seria tão distorcida na igreja, talvez os crentes de fato prestassem um verdadeiro culto solene e não teríamos essas reuniões enfadonhas, vazias de significado, onde prima à busca pelo entretenimento e autossatisfação.

Quem dera, os ministros pegassem carona nos ensinos de J. Owen e de fato pregassem a realidade do pecado e o compromisso do crente em lutar pela mortificação da carne! Como seria maravilhoso se nossos ministros pegassem carona com Jonathan Edwards e pregassem um evangelho onde o pecador precisa se arrepender e não tem direito algum de reivindicar bênçãos! Seria maravilhoso, se nossos pastores pegassem carona nos ensinos de Arthur Pink e cressem num Deus verdadeiramente soberano, que verdadeiramente domina sobre tudo e todos e que não é um simples gênio da lâmpada que atende aos caprichos da criatura!

Sinceramente, prefiro continuar a pegar carona com os antigos, do que me aventurar a andar na dureza do meu coração desprezando ensinos tão importantes que sem sombra de dúvida estão firmados na verdade do Evangelho.

Para pensar...

“Não removas os marcos antigos que puseram teus pais” (Provérbios 22:28)
“Assim, pois, irmãos permaneçam firmes e guardai as tradições que vos foram ensinadas, seja por palavra, seja por epístola nossa” (2º Tessalonicenses 2:15).

Soli Deo Gloria!

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

O perigo da dúvida



Marcos: 9. 24. Imediatamente o pai do menino, clamando, [com lágrimas] disse: Creio! Ajuda a minha incredulidade.

Acho este versículo interessante. Jesus fala para um homem que tudo é possível ao que crê, e este homem declara que crê, mas logo em seguida pede socorro pela sua incredulidade.

Penso que esta situação não é atípica, é porém, muito comum haver crentes incrédulos. Estes podem até ter um discurso de crente; uma postura de religiosidade bem convincente, alguns talvez até com uma fé sincera, mas que ainda possuem em seus corações fortes traços de incredulidade, onde diante de fatos mais difíceis de compreender, acabam desenvolvendo questionamentos perigosos.

Sem querer, muitas vezes pensam se Jesus é isso tudo que a Bíblia diz, se a Bíblia é de fato a Palavra de Deus, se realmente haverá um juízo final, etc... Se, se, se...

Questionamentos e indagações sobre determinados assuntos são válidos, e devemos realmente analisar as coisas, investigar, perguntar, para que cresçamos e alcancemos conhecimento. Estou me referindo a questionamentos mais profundos que onde ainda não existam respostas conclusivas como por exemplo, por exemplo como pode o homem ser plenamente responsável pelos seus atos se Deus é plenamente soberano e tem tudo sob seu controle e poder? Muitos tentando uma urgente resposta para este problema, acabaram indo para extremos perigosos, como o hipercalvinismo, ou o liberalismo e Teísmo Aberto.

Precisamos entender que nossa mente carnal é inimiga de Deus e sempre vai lutar contra o espírito, usando diferentes armas, inclusive a dúvida. O diabo, nosso astuto inimigo gosta de usar este artifício, foi assim no Édem. A dúvida, precede a incredulidade, que por sua vez resulta em heresias sutis e até na mais completa apostasia, um abandono total da fé.

Digo que apesar de ser calvinista e crer na perseverança dos crentes, me vejo como esse homem que dialoga com Jesus e declaro: "Creio! Ajuda minha incredulidade.". Isto significa, peço que Deus me livre da incredulidade, da apostasia, que a cada dia seja confirmada minha eleição, como diz Pedro, para "nunca jamais" eu tropece nestes pecados.

Queridos, é importante fazer uso dos meios de graça que Deus nos dá, para manter-nos olhando firmemente para Jesus, pensando nas excelentes coisas, que são do alto e desprezando tudo aquilo que porventura possa nos fazer vacilar.

Que Deus venha blindar nossa mente e coração para que nenhuma dúvida, seja de que natureza for, não nos impeça de descansar em sua Palavra e viver segundo seus preceitos e que assim testemunhemos muitos milagres. Que Ele a cada dia nos ajude em nossa incredulidade, concedendo graciosamente a fé, para que assim possamos agradá-Lo e servi-Lo.

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Sede perfeitos!



Deus nos elegeu para sermos santos e irrepreensíveis em amor. Isto é; amando a Deus acima de tudo e ao próximo como a nós mesmos. Nisto se resume a lei e os profetas.
Só que pela carne; isto é, por iniciativa nossa, somos incapazes, visto que nossa natureza pecaminosa é a inimizade contra Deus e não está sujeita a sua lei.

Todavia, o homem segundo Deus, que se renova a cada dia, e tem seu prazer na lei do Senhor e nela medita dia e noite, esse novo homem, predestinado para ser conforme a imagem de Jesus, tem em seu coração a Palavra, para então não pecar contra Deus. Este é o homem perfeito.

Entendamos que ser perfeito e não pecar não significa deixar de ter pecado, antes é dominá-lo. Deus nos lembra tal responsabilidade desde o início, basta olharmos o que Ele disse em Gênesis: 4. 7 "o pecado jaz à porta, e sobre ti será o seu desejo; mas sobre ele tu deves dominar".

Não negamos que temos pecado e este mal nos acompanhará até que recebamos nosso corpo de glória, mas temos a responsabilidade de evitar suas obras. A responsabilidade, não a capacidade, isto é resultado da obra graciosa do Pai, pelo filho e por Seu Espírito.

Neste ponto, imagine alguém muito doente, que de vez em quanto tem terríveis crises, sintomas fortes que quase o matam, imagine que este alguém tenha recebido a prescrição de um tratamento poderoso que age primeiramente neutralizando os sintomas até curar-lhe por completo, mas enquanto não mata a doença totalmente, o tratamento lhe faz viver vigorosamente bem...a doença não foi eliminada totalmente, pois precisa ser mortificada dia após dia, mas o paciente consegue viver sem os sintomas que tanto lhe debilitavam e a cada dia, vai se tornando um novo homem...

Esse remédio é a vida no Espírito. Vivendo no Espirito mortificamos a carne que é escrava do pecado, e ela uma vez mortificada não tem força para realizar sua vontade, ou seja, pecar. Veja Romanos 8:13.

Precisamos confiar que a obra da cruz não foi apenas para nos livrar da ira merecida, mas para expurgar de nós o pecado. Jesus é o cordeiro que TIRA o pecado do mundo (daqueles por quem ele morreu) e sua obra na cruz foi eficaz, para nos libertar do pecado e de suas consequências.

Na Cruz, Cristo realizou todo o propósito de Deus e no tempo certo este propósito manifesta-se na vida de cada crente de acordo com Sua soberana vontade.
Entendo que a obra do Espírito ao nos conceder dons visa um processo contínuo de aperfeiçoamento que pode ser concluído aqui sim.

Lembremos do que Jesus disse no sermão do monte: "sede perfeitos, como perfeito é vosso Pai Celestial" - Mateus 5:48. Teria Ele jogado tais palavras ao vento? Ou realmente falava de algo possível, não para nós, mas segundo a eficácia do seu poder que em nós operaria? Vale lembrar que aqueles ensinos eram para serem vividos aqui.

Amados, o poder e o querer de sermos perfeitos, não está em nós, mas nem por isso podemos dizer que a perfeição nesta vida, não é uma verdade bíblica.
Tenhamos em mente Filipenses 3:15,16

" Pelo que todos quantos somos perfeitos tenhamos este sentimento; e, se sentis alguma coisa de modo diverso, Deus também vo-lo revelará. Mas, naquela medida de perfeição a que já chegamos, nela prossigamos. "

sábado, 1 de fevereiro de 2014

Não ame o mundo!


1 João: 2. 15-17 "Não ameis o mundo, nem o que há no mundo. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não vem do Pai, mas sim do mundo. Ora, o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus, permanece para sempre. "

João em seu texto, faz uma admoestação clara e sem margens para interpretações dúbias. Não se deve amar o mundo! Ora, amar o mundo é estar em sintonia com ele. É estar á vontade nele, amoldado, conformado, é viver em plena comunhão com suas práticas e em contra-partida, tentar conciliar com ele, o Evangelho, tornando sua mensagem mais suave, menos ofensiva, menos careta, "mais relevante" para os homens, etc...Amar o mundo é ter apego ao conjunto de valores morais e culturais, cujas bases estão contra a Deidade, cujas filosofias ofendem e contrariam Deus e sua santidade. Amar o mundo simplesmente é dar valor a toda e qualquer coisa que rouba de Deus a dedicação que lhe é devida por nós. Lembremos das palavras de Jesus ao resumir os mandamentos: "Amar a Deus com todo o coração e alma, acima de todas as coisas". Jesus quando resistiu ao diabo no deserto também exclamou com autoridade: " só ao Senhor teu Deus adorarás e só a Ele darás culto".

Tenhamos ainda em mente, que amar o mundo é ser inimigo de Deus, conforme nos ensina também Tiago, porque a mente mundana, isto é, a inclinação da carne é a inimizade contra Deus (ver Romanos 8;7).

Não devemos amar o mundo, porque o que há nele, não vem de Deus. E o que há no mundo?
João diz que há a cobiça da carne, dos olhos e soberba da vida, que são na verdade as paixões e vaidades, futilidades, arrogâncias e toda malignidade que o pecado proporciona, tais coisas passarão bem como aqueles que vivem nelas, mas para os separados do mundo, para aqueles que não se fartaram com os banquetes da Babilônia, para os que verdadeiramente vivem a vontade revelada de Deus, estes viverão para sempre! Deus seja louvado!

PT - Uma estrela cadente

Dando uma rápida olha na minha modesta biblioteca, achei um livro publicado em 2005, do colunista do jornal Gazeta do Povo e da revista ...