quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Cristo veio para salvar todos!?



Este é o ponto mais tenso do Calvinismo, a questão da expiação limitada. Pra mim não foi rápido entender e aceitar a realidade de que Deus dentre toda a humanidade elegeu na eternidade, alguns para serem salvos. Steven Lawson e o Augustus Nicodemus já disseram um dia desses que "essa doutrina não é difícil de entender; é difícil de engolir", e é verdade.

A gente vê de Gênesis à Apocalipse, Deus soberanamente decretando e escolhendo, salvando e condenando tendo como parâmetro apenas sua graça e sua justiça, no entanto, mesmo com tantas evidências, construímos complexos sistemas de pensamento com o objetivo de especular e sondar sobre os conselhos do Eterno.

É fato que se Deus é soberano e todo-poderoso nada ocorre contra sua vontade, logo se alguns se perdem é pelo fato de que Ele pelos motivos que por enquanto nos são secretos não os quis salvar.

Outra possibilidade só se Deus abrisse mão de seus atributos, como defende o Teísmo Aberto, o que logicamente não tem embasamento bíblico.

Vejamos a seguir a argumentação do famoso puritano inglês, John Owen sobre o assunto:

"Se mantivermos o ponto de vista de que a morte de Cristo torna possível a salvação de todos, mas, na verdade, salva apenas aqueles que creem, então estaremos realmente dizendo que:

1 ...Deus deveria salvar todos os homens. Isto nós negamos. Deus deve fazer somente aquilo que Ele escolhe livremente fazer.

2 ...Deus não pode fazer o que Ele quer, a menos que os homens cumpram certas condições. Isto nós negamos. Isso elimina a glória de Deus.

3 ...o amor de Deus é melhor demonstrado por Ele amar todos os homens igualmente do que por amar apenas alguns homens. Negamos isto.

4 ...Deus enviou Seu Filho para morrer porque Ele amou todos os homens igualmente. Negamos isto, por que não é bíblico. Muitas passagens bíblicas descrevem claramente pessoas que não são o objeto do amor que enviou Cristo para morrer. Por exemplo:
Provérbios 16:4; Atos 1:25; Romanos 9:11-13; I Tes. 5:9; II Pedro 2: 12; Judas 4.

5 ....a fé, que é a condição para se receber a salvação, não é obtida para nós pela morte de Cristo. Mas, as Escrituras ensinam que essa fé é um dos benefícios obtidos para nós por Cristo.

6 .... em Sua morte, Cristo foi o substituto para toda a humanidade. Negamos isto, pois se Ele foi o substituto para todos. então todos são salvos.

7 ...Cristo morreu por aqueles a quem o Pai sabia que não seriam salvos, uma vez que o Pai conheceu de antemão todas as coisas. Não vejo o que se lucro com tal argumento! (Romanos 8:29-30).

Ora, alguns têm argumentado que, embora seja verdade que algo obtido para alguém lhe pertence por direito, todavia é possível que tal coisa tenha sido obtida sob certas condições. E, dizem que a condição para que possamos receber os benefícios obtidos por Cristo é que não resistamos à redenção oferecida, ou que nos submetamos ao convite do evangelho, ou, simplesmente, que tenhamos fé. É contra este argumento que apresento os seguintes pontos:

As condições necessárias para a obtenção dos benefícios advindos da morte de Cristo devem, ou não, estar dentro de nosso poder para realizá-las? Se a resposta for positiva, então todos os homens têm poder para crer; o que é falso. Se a resposta for negativa, então o Senhor deve conceder esse poder, ou não? Se Ele o concede, então por que todos não são salvos? Se Ele não o concede, não pode colocá-lo como condição, ou Ele não estaria sendo sincero ao pedir de nós o que somente Ele pode nos dar. É como se alguém prometesse mil libras a um cego, com a condição de que o homem pudesse vê-las.

Fé, a condição para usufruirmos a salvação, ou é obtida para nós através da morte de Cristo, ou não é. Se é obtida, então todos os homens a têm, pois dizem que Cristo morreu por todos. Se não é obtida para nós por Cristo, então a parte mais importante de nossa salvação não depende de Cristo! Isto diminui a glória de Cristo. E também é contrário ao ensino das Escrituras que dizem que a Fé é um dom de Deus (Vide Filipenses 1:29 e Efésios 2:8).

Afirmar que Cristo morreu por todos, mas somente alguns que cumprirem certas condições poderão ser salvos, é fazê-Ia apenas meio mediador. Dizem que Ele obteve a salvação para todos. Mas de que adianta isso, se Ele também não cumpriu as condições? - pergunto eu!".
(John Owen)

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Zumbis existem?!



Um dia desses assistindo o seriado The Walking Dead (sim, eu vejo um seriado de zumbis!) uma frase de um diálogo me chamou muito a atenção, foi mais ou menos assim: "o mundo agora é dos mortos-vivos".
Para quem não assiste, a série se passa num mundo caótico infestado de zumbis, mortos-vivos que ameaçam a existência da raça humana e mostra os mais variados conflitos de Rick e seu grupo que lutam para sobreviver, (enredo bem clichê, é verdade,mas, com diálogos e cenas muito interessantes, apesar das bizarrices).
Bem, de fato o mundo é dos mortos-vivos! Não só no seriado, mas na vida real, desde de Adão o mundo inteiro está infestado de zumbis! Não estou falando de zumbis como do seriado que assisto ou dos inúmeros filmes de terror, que apresentam monstros cadavélicos que andam errantes mordendo pessoas ou devorando cérebros, mas falo de zumbis espirituais, no sentido de estarem sem a verdadeira vida que é Cristo.
O homem não regenerado está morto "em seus delitos e pecados", isto é um fato!
Em The Walking Dead, o protagonista, Rick e seu grupo passaram um bom tempo sem saber que estavam infectados com o mal que mais cedo ou mais tarde transforma humanos em zumbis.
Comparando com a vida real, muitos também vivem suas rotinas lutando pela sobrevivência, trabalhando, estudando, vendendo, comprando, doando, fazendo e cumprindo regras sem imaginarem que hospedam dentro de si um mal terrível. Na série todos já estão infectados com o vírus zumbi, eles não sabiam e quando eles  descobriram isso, as reações foram diversas, uns desistiram e perderam a esperança, outros simplesmente se preocuparam em sobreviver mais um dia, enquanto Rick e alguns poucos continuaram decididos a encontrar a cura, de um jeito ou de outro.
Nessa analogia com o seriado; afirmo que quando o homem se depara com a sua realidade de morte espiritual, ele tende a reagir tal qual os personagens do seriado zumbi, ficam indiferentes pensado no hoje, ou então incrédulos, ou então tentam através de seus próprios meios, em muitos casos, até inconscientemente, resolver o problema, com vícios ou falsas religiões. Outros, porém, reconhecem as suas incapacidades e pela vontade salvífica de Deus, se agarram a Palavra de Jesus.
Em The Walking Dead a rotina é cruel, uma luta diária pela sobrevivência, tal como no mundo real. No entanto, enquanto que para Rick e os outros não há nenhum sinal de cura ou esperança, para o pecador arrependido há esperança e cura. Na verdade existe mais que cura, em Jesus há uma restauração total e completa, há uma nova vida, vida abundande. Em Jesus e somente n'Ele, há verdadeira salvação.
Efésios: 2. 1. Ele vos vivificou, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados, 2. nos quais outrora andastes, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos de desobediência, 3. entre os quais todos nós também antes andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como também os demais. 4. Mas Deus, sendo rico em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, 5. estando nós ainda mortos em nossos delitos, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos), 6. e nos ressuscitou juntamente com ele, e com ele nos fez sentar nas regiões celestes em Cristo Jesus.

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Segundo a promessa, aguardamos

(2 Pedro: 3. 13.) "Nós, porém, segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e uma nova terra, nos quais habita a justiça."
Pedro  em sua segunda carta faz sérias admoestações, quanto a necessidade de termos uma fé firme. No texto acima e mais precisamente no capítulo 3, o apóstolo fala sobre um ponto importante da fé cristã, que é a certeza da segunda vinda de Cristo.
Gostaria de salientar alguns aspectos deste texto que precisam ser observados.
Primeiro, Pedro faz uma distinção, ele destaca os que verdadeiramente são de Cristo, "nós, porém".
Isto é, enquanto muitos torcem as Escrituras, enquantos muitos zombam, enquanto muitos são incrédulos e vivem como se tudo se limitasse a estja vida, enquanto alguns até tenham uma capa de piedade, mas, por dentro são cheios de maldade e podridão e vivem na hipocrisia, "nós, porém, aguardamos segundo a promessa".
Ou seja, aqueles que aguardam segundo a promessa, são diferentes, são separados!
Em segundo lugar é muito interessante a ênfase de Pedro.
Ele deixa claro que nós não aguardamos segundo nossos achismos, não aguardamos segundo o senso comum, não aguardamos segundo a palavra dos teóricos, dos teólogos, mas aguardamos "segundo a promessa". Aguardamos, segundo a Palavra de Deus, ou seja, nossa crença na volta de Cristo é segundo o que está escrito.
Em terceiro lugar, analisemos que aguardar segundo a promessa é ter fé. É se agarrar ao invisível, ao impalpável. É crer que quem prometeu é fiel para cumprir e que certamente cumprirá sua promessa.
2 Timóteo: 2. 13. se somos infiéis, ele permanece fiel; porque não pode negar-se a si mesmo. 
Hebreus: 11. 1. Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que não se vêem.

domingo, 19 de janeiro de 2014

A ira de Deus



Romanos: 1. 18. Pois do céu é revelada a ira de Deus contra toda a impiedade e injustiça dos homens que detêm a verdade em injustiça.

Não tenho dúvida de que assim como a misericórdia, a ira também seja um atributo de Deus. A ira de Deus fica evidente quando analisamos a realidade do inferno. Pois, enquanto que o conceito de Céu demonstra toda a graça e misericórdia de Deus ao livrar da perdição aqueles por quem Cristo morreu, o inferno com todo seu sofrimento e pavor, demonstra a justiça de Deus na condenação daqueles que obstinadamente rejeitaram sua Palavra e andaram segundo a dureza de seus corações.


A ira de Deus não é um sentimento como o nosso. Antes, a sua ira e indignação está contra o pecado, um mal comum a todos os homens e que ofende sua Santidade.


Esta ira só foi aplacada em Jesus. Nele todo o pecado do homem foi imputado, Ele se apresentou como um Cordeiro expiatório. Levou sobre si toda a culpa, ( 2 Coríntios: 5. 21. Aquele que não conheceu pecado, Deus o fez pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus ).

Na cruz o sangue derramado de Jesus, foi o perfeito e único sacrifício capaz de justificar o pecador e selar sua a paz com Deus!

Romanos: 5. 1. Justificados, pois, pela fé, tenhamos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo, 2. por quem obtivemos também nosso acesso pela fé a esta graça, na qual estamos firmes, e gloriemo-nos na esperança da glória de Deus.

Louvado seja Deus, que com seu amor e graça livra da sua ira aqueles que estão em Jesus!

O Crente perde a salvação!??






Judas: 1. 24. Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar, e apresentar-vos ante a sua glória imaculados e jubilosos, 25. ao único Deus, nosso Salvador, por Jesus Cristo nosso Senhor, glória, majestade, domínio e poder, antes de todos os séculos, e agora, e para todo o sempre. Amém.


Queridos, penso que nada no Calvinismo é tão confortador como a doutrina da Perseverança do crente. Uma vez salvo, sempre salvo! Amado, Deus é poderoso para nos guardar de tropeçar (cair da graça) e nos conserva imaculados (sem as manchas e a culpa do pecado) e jubilosos para apresentar-nos a Ele, a fim de que Ele receba a glória.

Não tenhamos dúvidas de que a salvação do crente é eterna. Nenhuma força ou circunstância, tem poder para nos separar do amor de Deus, conforme Paulo escreve aos Romanos (8:39). Lembremos também, que as ovelhas que o Pai deu ao Filho ninguém pode tirar dele, pois, Ele é maior que todos, o próprio Cristo fala isto para alguns Judeus, conforme citou João (10:29).

Então já que não perdemos a salvação o crente pode pecar a vontade, certo? Errado! De modo algum! A certeza da salvação, não significa, todavia, que temos licença para pecar.

Saibamos que os salvos, são nascidos de Deus. São novas criaturas, que vivem segundo Deus, não mais segundo a carne.

1 João: 5. 18. Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus não vive pecando; antes o guarda aquele que nasceu de Deus, e o Maligno não lhe toca.

Não é que não tenhamos pecado, mas, uma vez regenerados não temos prazer em pecar, nosso prazer é agradá-Lo em todo tempo. Uma vez salvo, para sempre salvo da escravidão do pecado!

Incredulidade nos Púlpitos



"O problema com pastores incrédulos não é o que eles dizem, mas o que eles deixam de dizer, os temas que evitam, os assuntos que nunca mencionam, como a ressurreição de Cristo, a infalibilidade das Escrituras, a veracidade e confiabilidade da narrativa bíblica, o poder do Espírito para regenerar a natureza humana pecaminosa, a morte vicária de Cristo, a realidade da tentação e a necessidade de resisti-la. É assim que sobrevivem, evitando matérias de fé e pregando aquilo que um rabino, um mestre espírita ou líder muçulmano também pregaria, como a honestidade e o amor ao próximo, por exemplo".

Rev. Augustus Nicodemus Lopes

Lendo isto, chego a conclusão que a incredulidade nos púlpitos protestantes é maior do que imaginamos, pois o que tem pastor que prega sobre assuntos triviais e rasos, não tá no gibi.

As doutrinas da graça, como a incapacidade humana, eleição incondicional, expiação limitada, graça irresistível e perseverança dos salvos, e outros temas tão importantes, são evitadas e substituídas por temas de auto-ajuda, tais como: "como ter isso, como ter aquilo, como viver os sonhos de Deus, sete passos para isso, ou aquilo outro, como ser cabeça e não cauda, princípios sobre uma vida assim, ou assado"...

Por isso a fraqueza de muitas igrejas, pastores sem fé preparam alimento sem os nutrientes importantes para o verdadeiro crescimento na fé da igreja. Misericórdia Deus!

PT - Uma estrela cadente

Dando uma rápida olha na minha modesta biblioteca, achei um livro publicado em 2005, do colunista do jornal Gazeta do Povo e da revista ...