O que é o culto cristão?
“Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.” (Romanos 12:1).
Amados, é preocupante a idéia que muitos atualmente têm sobre o que é um culto cristão.
Muitos pensam que é uma reunião alegre e descontraída, um concerto musical, um show de talentos como uma palestra no fim... Mas o que a Bíblia nos ensina?
I – Culto é sacrifício:
Precisamos entender que em primeiro lugar o culto é acima de tudo, um sacrifício que entregamos para Deus, e sacrifício é renunciar e negar a si, é a entrega de algo valioso. Isto posto, é importante refletir: Será que muitas das apresentações nas igrejas de hoje, podem ser chamadas de culto? Vale lembrar que sacrifício é um ato solene, reverente.
É interessante que hoje, não pulamos nem dançamos diante dos reis da terra, seguimos todos os protocolos, como podemos ver na TV ou nos filmes, mas nos nossos cultos, onde teoricamente estamos diante do Rei dos reis e Senhor dos senhores, queremos pular, gritar, correr e fazer toda bagunça como as músicas gospel ensinam, sob o pretexto da alegria e espontaneidade na adoração. Esquecemos da orientação dada através de Salomão: “Guarda o teu pé, quando entrares na casa de Deus; porque chegar-se para ouvir é melhor do que oferecer sacrifícios de tolos, pois não sabem que fazem mal.” (Eclesiastes 5:1).
Outro ponto, se os chamados cultos de hoje, estão cheios de práticas (danças, shows, palestras de auto-ajuda) que visam satisfação das vontades humanas, é evidente que tal “culto” não é um sacrifício, portanto, nem pode ser chamado de culto! Afirmar, isto seria uma grande mentira.
“Portanto, ofereçamos sempre por ele a Deus sacrifício de louvor, isto é, o fruto dos lábios que confessam o seu nome.” (Hebreus 13:15). Culto sacrificial é estar disposto a pagar o preço por confessar não apenas em palavras, mas em vida, o nome de Jesus! Testemunho, vida inconformada com o mundo e o pecado!
II – O culto é um sacrifício vivo:
Diferente do que havia na igreja de Laodicéia, o culto não pode ser morno. (Apocalipse 3:15-16 ) O culto deve ser avivado, e aqui é bom esclarecer que culto avivado não é culto barulhento, com gritos, palmas, danças, música da moda, mas, com paixão, entusiasmo.
Amados, culto avivado é o ato de adorarmos em “espírito e em verdade”, ou seja, com sinceridade e vida e intensidade!
III – O culto é um sacrifício santo:
Nosso culto deve ser santo em tudo, nas palavras, nas vestes, mas principalmente, nas atitudes e nos relaciomentos.
Quanto à santidade no culto convém meditar nos seguintes textos: “Portanto, se trouxeres a tua oferta ao altar, e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti,Deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai reconciliar-te primeiro com teu irmão e, depois, vem e apresenta a tua oferta”. Mateus 5:23-24 – Reconcilie-se com seu irmão antes oferecer seu culto ao Senhor! "Igualmente vós, maridos coabitem com elas com entendimento, dando honra à mulher, como vaso mais fraco; como sendo vós os seus co-herdeiros da graça da vida; para que não sejam impedidas as vossas orações. (1 Pedro 3:7) Marido, você se perguntou porque que Deus não tem respondido sua oração? “Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hebreus 12:14). "Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus" (Mateus 5:8). Quer ver a Deus? Sede santo então! Dizem que no culto nós buscamos a presença de Deus, e isto, só acontece, quando nos apresentamos a Ele numa postura reverente, em santidade!
As vezes pensamos que conseguiremos ver Deus em nossas igrejas, em nossas casas, sem que tenhamos a necessidade de sermos santos, que ledo engano! A ordem é clara, sede santos! Nossa eleição em Cristo é para que sejamos santos e irrepreensíveis!
IV - O culto é um sacrifício agradável a Deus:
Este ponto é de suma importância nesses dias em que o egoísmo e antropocentrismo estão tão em alta. Porque parece muitas vezes que a igreja se esquece que o culto é para Deus e não para o homem, porque pensamos nas músicas que mais gostamos sem muitas vezes saber se a letra é teologicamente correta, pensamos numa liturgia agradável ao pecador sem palavras de condenação ao pecado, pensamos em criar uma atmosfera tão confortável que a frase “venha como estás”, parece ter mudado para “venha e permaneça como estás!”. Valorizamos mais o agradar aos homens do que a Deus, indo assim contra o que a Bíblia diz. "Porém, respondendo Pedro e os apóstolos, disseram: Mais importa obedecer a Deus do que aos homens." (Atos 5:29)
Vejamos, entretanto, qual é o sacrifício que agrada a Deus: "Os sacrifícios para Deus são espírito quebrantado; a um coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus." (Salmos 51:17). Quebrantamento e contrição, em resumo significam humilhação diante de Deus. Isto é bem diferente do que se vê hoje, onde em muitos cultos há a exaltação da criatura e não do Criador, onde as pessoas se declaram príncipes e princesas e exigem favores a Deus, determinando e declarando onde, como e quando, o Senhor vai agir. Isto não é culto, isto é uma afronta a soberania de Deus! E muitas vezes é este o tipo de culto que queremos imitar.
V – Por fim, o culto é racional:
Vejamos as afirmações de Paulo e Jó “Por cuja causa padeço também isto, mas não me envergonho; porque eu sei em quem tenho crido, e estou certo de que é poderoso para guardar o meu depósito até àquele dia.” ( 2 Timóteo 1:12). “Porque eu sei que o meu Redentor vive, e que por fim se levantará sobre a terra”. (Jó 19:25) EU SEI! Será que você sabe quem realmente é Deus? Pergunto, pois hoje muita gente vem para a igreja, freqüenta os cultos, aprende os mandamentos, os rituais, as ordenanças, da nossa liturgia, mas não sabe quem é de fato Deus! Não sabem em quem têm crido. Por que isto? “Este povo se aproxima de mim com a sua boca e me honra com os seus lábios, mas o seu coração está longe de mim.” ( Mateus 15:8).
As vezes, estamos tão preocupados com os nossos problemas e correndo atrás de bênçãos que entramos domingo após domingo na igreja, sem ter progresso na fé, isto, porque aprendemos a desenvolver uma fé emocional, baseada em experiências sobrenaturais, místicas, ou coisas assim, e abrimos mão do conhecimento de Deus, que vêm através da sua Palavra.
Conclusão: Paulo rogava aos crentes romanos para que eles se apresentassem a Deus em sacrifício. E nós precisamos ter a mesma disposição, pois, assim como nos foi entregue Jesus, agora precisamos nos entregar a Ele em sacrifício, isto não é derramar sangue ou coisa do tipo, mas é viver em total submissão a Deus e a sua Palavra, é não ser amigo do mundo, é odiar o pecado, é negar as próprias vontades e fazer tudo para a glória de Deus. Além disso, em tempos de confusão teológica e abandono dos padrões bíblicos, a exortação do apóstolo nos faz lembrar como devemos realmente cultuar ao Senhor, numa postura de renuncia que deve ser santa, viva e agradável a Deus.
Paulo ainda nos mostra que ter fé, não é se apoiar em coisas loucas irracionais, mas é ter pleno de conhecimento de Deus e de seus atributos, somente meditando em seus atributos poderemos lhe prestar uma adoração em espírito e em verdade. Amém.
Glória somente a Deus!
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