Essa percepção passa longe de ser mais uma crítica oportunista ou rancorosa de alguém que está cansado de igreja, mas sim uma avaliação sincera da nossa terrível realidade e um olhar preocupado com o legado que estamos deixando para as próximas gerações, pois, se continuarmos a trilhar nesse caminho de apostasia e insensatez a igreja evangélica no Brasil daqui a vinte ou no máximo trinta anos, estará tão morta quanto as igrejas da Europa e com isso, o Brasil precisará ser evangelizado novamente.
Não podemos mais fechar os olhos para o que está acontecendo em nosso meio. O zelo na pregação bíblica e expositiva, a muito tempo foi deixado de lado e substituído pelas alegorias, piadinhas, estórias, reflexões ecumênicas, sincretismo e palestras motivacionais. O púlpito que antes proclamava uma mensagem que levava o homem ao arrependimento e a glorificar o Senhor, agora serve para promover o hedonismo e o antropocentrismo, uma busca desenfreada pela satisfação pessoal e culto ao homem. O evangelho tal qual ensinado por Cristo, pregado pelos apóstolos, ensinados pelos pais da igreja e redescoberto pelos reformadores, tem sido soterrado em nossos dias por toda sorte de parafernálias pseudo-religiosas, misturadas com psicologia barata, sofismas filosóficos e senso comum.
Essa crise como dissemos no início, é uma crise confessional, sobretudo entre os tradicionais, que em busca de "crescimento" numérico estão querendo "inovar" as denominações históricas. Ao caírem nessa armadilha em busca de popularidade, relevância e crescimento, grande parte dos nossos pastores já não segue mais o cristianismo bíblico, não sabe nem mais o que significa salvação pela graça, pois não conhece a graça, nem estuda suas antigas doutrinas por considerá-las ultrapassadas. Com isso a ignorância acerca da graça é tão grande, que alguns pregam com todas as letras que a salvação já não é pela graça, mas sim pela esforço humano, boas obras ou pela obediência da lei. A crise confessional é tão grande em nosso meio, que já é possível ouvir heresias grosseiras como o ensino de que Deus a ninguém castiga, ou que Jesus não é julgador dos homens, embora claramente a Bíblia ensine o contrário. Talvez para esses nem mesmo exista inferno ou haverá o dia do juízo final.
Tal crise tem origem no despreparo teológico dos nossos ministros, que são formados por professores sem capacitação, ou que são liberais, relativistas, racionalistas, etc., mas por outro lado essa crise tem a ver em primeiro lugar com a incredulidade e ausência de uma verdadeira conversão e novo nascimento. Sim, muitos clérigos não possuem fé naquilo que pregam, nunca se converteram de verdade e encaram o ministério pastoral como uma fonte de renda, de prestígio, ou de poder.
Como porém, resolveremos esta crise? Saibamos que o remédio para isso está nas mãos de Deus, Nele está a cura para essa crise confessional da igreja brasileira, contudo, é preciso que a igreja clame por avivamento, que nossos crentes amadureçam na fé e sejam mais apologéticos, que defendam a verdade e denunciem a mentira, que estejam humilhados aos pés do Senhor clamando por misericórdia para que Ele nos livre dos anticristos, e para que aqueles conhecedores da verdade proclamem com ousadia, amor e profundo senso de justiça a legítima mensagem do evangelho.
SOLA SCRIPTURA
SOLA FIDE
SOLA GRATIA
SOLUS CRHISTUS
SOLI DEO GLORIA
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