Quem anda atualmente pelas ruas do Centro do Rio de
Janeiro já deve ter reparado nas placas luminosas colocadas pela Prefeitura que
incentivam a população a evitar andar de carro pela cidade, que está caótica em
função das obras do Porto Maravilha. Uma das mensagens incentiva à corona
solidária, ou seja, quem tem carro deve oferecer caronas para amigos, parentes
e vizinhos, com isto, (pelo menos na teoria) haverá menos carros nas ruas, e
menos gente no complicadíssimo transporte público, é um apelo válido, mas que
certamente não vai resolver o gigantesco caos no sistema viário da cidade.
Mas o objetivo não é dissertar sobre o transporte da
cidade do Rio, é que o termo “carona” veio à mente em função de uma indireta vista
na Internet, onde certo indivíduo (se intencional ou não, Deus o sabe) foi provocativo
usando jocosa e pejorativamente, o termo “pegar carona com os homens do passado,
para exortar os outros” (mais ou menos isso). Os homens do passado, em questão seriam
Lutero, Calvino, Owen, Spurgeon, etc., pessoas que os verdadeiros protestantes admiram
pelo importante legado que deixaram cujas obras são fontes preciosas para aumentar
o leque de conhecimento e para preparar servos para trabalharem no Reino.
Vez por outra cito algumas frases desses “homens do
passado” para em primeiro lugar, compartilhar um valioso conhecimento que tem
sido deixado de lado em detrimento a uma série de baboseiras e heresias do
mercado gospel, que tem sido oferecido como genuíno evangelho, quando muitas
vezes não passa de “doutrinetas” e crendices sincréticas que desonram e servem
de escárnio dos crentes.
Penso que se alguns líderes, que em sua miopia imaginam-se
mais evoluídos e preparados para representar o Evangelho, pegassem “carona com
os homens do passado”, o evangelicalismo brasileiro não estaria nesse estado
deplorável em que se encontra. Como seria bom se a maior parte dos ministros
atuais pegasse carona nos ensinos de Agostinho, Calvino e de Lutero, talvez a
visão sobre a Graça de Deus não seria tão distorcida na igreja, talvez os
crentes de fato prestassem um verdadeiro culto solene e não teríamos essas
reuniões enfadonhas, vazias de significado, onde prima à busca pelo
entretenimento e autossatisfação.
Quem dera, os ministros pegassem carona nos
ensinos de J. Owen e de fato pregassem a realidade do pecado e o compromisso do
crente em lutar pela mortificação da carne! Como seria maravilhoso se nossos
ministros pegassem carona com Jonathan Edwards e pregassem um evangelho onde o
pecador precisa se arrepender e não tem direito algum de reivindicar bênçãos! Seria
maravilhoso, se nossos pastores pegassem carona nos ensinos de Arthur Pink e
cressem num Deus verdadeiramente soberano, que verdadeiramente domina sobre
tudo e todos e que não é um simples gênio da lâmpada que atende aos caprichos
da criatura!
Sinceramente, prefiro continuar a pegar carona com os
antigos, do que me aventurar a andar na dureza do meu coração desprezando
ensinos tão importantes que sem sombra de dúvida estão firmados na verdade do
Evangelho.
Para pensar...
“Não
removas os marcos antigos que puseram teus pais” (Provérbios 22:28)
“Assim,
pois, irmãos permaneçam firmes e guardai as tradições que vos foram ensinadas,
seja por palavra, seja por epístola nossa” (2º Tessalonicenses 2:15).
Soli
Deo Gloria!
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