sábado, 22 de fevereiro de 2014

Carona solidária...



Quem anda atualmente pelas ruas do Centro do Rio de Janeiro já deve ter reparado nas placas luminosas colocadas pela Prefeitura que incentivam a população a evitar andar de carro pela cidade, que está caótica em função das obras do Porto Maravilha. Uma das mensagens incentiva à corona solidária, ou seja, quem tem carro deve oferecer caronas para amigos, parentes e vizinhos, com isto, (pelo menos na teoria) haverá menos carros nas ruas, e menos gente no complicadíssimo transporte público, é um apelo válido, mas que certamente não vai resolver o gigantesco caos no sistema viário da cidade.

Mas o objetivo não é dissertar sobre o transporte da cidade do Rio, é que o termo “carona” veio à mente em função de uma indireta vista na Internet, onde certo indivíduo (se intencional ou não, Deus o sabe) foi provocativo usando jocosa e pejorativamente, o termo “pegar carona com os homens do passado, para exortar os outros” (mais ou menos isso). Os homens do passado, em questão seriam Lutero, Calvino, Owen, Spurgeon, etc., pessoas que os verdadeiros protestantes admiram pelo importante legado que deixaram cujas obras são fontes preciosas para aumentar o leque de conhecimento e para preparar servos para trabalharem no Reino.

Vez por outra cito algumas frases desses “homens do passado” para em primeiro lugar, compartilhar um valioso conhecimento que tem sido deixado de lado em detrimento a uma série de baboseiras e heresias do mercado gospel, que tem sido oferecido como genuíno evangelho, quando muitas vezes não passa de “doutrinetas” e crendices sincréticas que desonram e servem de escárnio dos crentes.

Penso que se alguns líderes, que em sua miopia imaginam-se mais evoluídos e preparados para representar o Evangelho, pegassem “carona com os homens do passado”, o evangelicalismo brasileiro não estaria nesse estado deplorável em que se encontra. Como seria bom se a maior parte dos ministros atuais pegasse carona nos ensinos de Agostinho, Calvino e de Lutero, talvez a visão sobre a Graça de Deus não seria tão distorcida na igreja, talvez os crentes de fato prestassem um verdadeiro culto solene e não teríamos essas reuniões enfadonhas, vazias de significado, onde prima à busca pelo entretenimento e autossatisfação.

Quem dera, os ministros pegassem carona nos ensinos de J. Owen e de fato pregassem a realidade do pecado e o compromisso do crente em lutar pela mortificação da carne! Como seria maravilhoso se nossos ministros pegassem carona com Jonathan Edwards e pregassem um evangelho onde o pecador precisa se arrepender e não tem direito algum de reivindicar bênçãos! Seria maravilhoso, se nossos pastores pegassem carona nos ensinos de Arthur Pink e cressem num Deus verdadeiramente soberano, que verdadeiramente domina sobre tudo e todos e que não é um simples gênio da lâmpada que atende aos caprichos da criatura!

Sinceramente, prefiro continuar a pegar carona com os antigos, do que me aventurar a andar na dureza do meu coração desprezando ensinos tão importantes que sem sombra de dúvida estão firmados na verdade do Evangelho.

Para pensar...

“Não removas os marcos antigos que puseram teus pais” (Provérbios 22:28)
“Assim, pois, irmãos permaneçam firmes e guardai as tradições que vos foram ensinadas, seja por palavra, seja por epístola nossa” (2º Tessalonicenses 2:15).

Soli Deo Gloria!

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